Em meio à conjuntura de ataques aos direitos da classe trabalhadora, a 64ª edição do Conad prosseguiu no sábado, 13, na Faculdade de Educação, na UNB, com os 238 representantes das 64 seções sindicais deliberando nos Grupos Mistos e aprovando assuntos relativos à luta do Sindicato. No sábado, os participantes – 62 delegados, 134 observadores, 38 diretores do ANDES-SN e 4 convidados, reunidos em plenária na Casa do Professor, fizeram a avaliação e atualização do plano de lutas, a partir dos temas de educação, direitos e organização dos trabalhadores e trabalhadoras.
A tarde começou com o tradicional momento de confraternização e cultura com o samba de coco, ciranda e maracatu da recifense Mestre Martinha do Coco, que há mais de uma década encanta os brasilienses com o ritmo contagiante da sua música. Depois do espetáculo, a coordenação do Grupo de Trabalho de Políticas de Classe, Questões Étnico-Raciais, Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) anunciou o lançamento da edição especial do InformANDES sobre a luta pela descriminalização do aborto.
A plenária aprovou a atualização da luta pelos direitos da classe trabalhadora, da educação pública e gratuita e pelas liberdades democráticas. Também foi aprovado o fortalecimento da luta contra a reforma da previdência do governo Bolsonaro e do congresso. Ainda, ficou decidido impulsionar a participação das seções sindicais no Fórum Sindical Popular e de Juventudes por Direitos e Liberdades Democráticas, fortalecendo a Frente Nacional da Escola sem Mordaça, impulsionando a sua construção nos estados e municípios. Os docentes também decidiram pela reafirmação da CSP-Conlutas e por levar as deliberações do Conad ao 4 º Congresso da CSP-Conlutas em 2019. Emerson Duarte, 2º vice-presidente da Regional Norte II e presidente da plenária em questão, avaliou como positiva as deliberações aprovadas. “Incluímos pontos importantes, tanto no que diz respeito à nossa política educacional, quanto no próprio processo de construção do IV ENE, o enfrentamento às políticas atuais de ataques do governo, e ainda no que diz respeito aos demais temas, principalmente no que toca na questão da organização sindical”, avaliou Duarte.
Outra deliberação foi a decisão de convocar, em conjunto com a Coordenação Nacional das Entidades em Defesa da Educação Pública e Gratuita (Conedep), o IV ENE, em 2021. Ainda, foram abordados os temas relacionados à política de questão de gênero e diversidade sexual, ciência e tecnologia, comunicação e arte, ajudando na atualização do plano geral de luta.
Por fim, diante do mais recente ataque do governo de extrema-direita, que propõe apresentar nessa semana um projeto que visa acabar com a gratuidade de ensino nas Universidades, IFs e CEFETs, através da chamada “autonomia financeira”, foi aprovada a formação de uma comissão de 5 docentes da base e 1 da diretoria nacional, que apresentará uma proposta de manifesto, que será debatido e aprovado na plenária final do 64º Conad.
Greve Nacional da Educação
Uma das principais deliberações foi a determinação para consolidar a Greve Nacional da Educação, em ampla unidade com as demais entidades da educação. A paralisação está marcada para acontecer no dia 13 de agosto e foi convocada inicialmente pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), juntamente com outras entidades representativas da classe e está incorporada ao calendário da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas).
Na avaliação de Antonio Gonçalves, presidente do ANDES-SN, este é um importante meio para catalisar a construção de uma nova greve geral no país, a exemplo do que aconteceu no dia 14 de junho. ‘‘Travamos uma intensa luta em defesa da educação pública e da seguridade social. Para barrar este governo nefasto, já contribuímos em movimentos como o 15M, o 30M, o 14J e o grande ato na última sexta-feira, 12. Estamos nos somando às entidades da educação para a construção do 13 de agosto. É um gesto muito importante para construir a unidade tão necessária na atual conjuntura do país’’, destacou Antonio.