Reunidos em assembleia ordinária da ADUSC, nesta quarta-feira (13), professores e professoras da UESC aprovaram o “estado de greve” da categoria. A medida é um alerta ao governo Rui Costa que não recebe as representações docentes há mais de um ano e segue aprofundando os ataques aos salários e direitos. Após quatro anos sem recomposição da inflação, uma longa espera pelo cumprimento de progressões e promoções, as medidas mais recentes foram o aumento na contribuição previdenciária e a alteração no limite da carga horária docente em sala de aula, para professores em regime de Dedicação Exclusiva (DE).
Diante dessa realidade, a categoria definiu pela radicalização da luta, e demonstrou disposição para construção de uma greve a partir de abril, conforme indicativo do Fórum das ADs. Um comando de mobilização foi criado com o objetivo de efetivar ações de mobilização interna e conscientização da sociedade. Interessados(as) em participar do comando devem entrar em contato com a secretaria da ADUSC.
Estado de Greve
O estado de greve é um período que antecede uma possível greve, um alerta e um ultimato para a sociedade, para a comunidade acadêmica e principalmente para o governo, de que todas as tentativas de diálogo estão se esgotando. Esse é o clima da categoria, diante do debate travado na assembleia.
Uma perda salarial de mais de 26% faz a categoria sofrer o maior arrocho salarial dos últimos 20 anos. Essa é a realidade amarga imposta pelo governo Rui Costa. Como se não bastasse, a contribuição previdenciária foi ampliada de 12% para 14%; mais ainda, alterações arbitrárias no planejamento da carga horária de ensino para quem possui Regime de dedicação exclusiva (RDE), promoções e progressões paralisadas, entre outros, compõem a lista de descumprimento e ataques aos direitos dos professores(as).
A mais nova ameaça é o parecer da Procuradoria Geral do Estado (PGE), questionando a utilização de mesmo título para concurso, promoção e incentivo para pós-graduação (entenda). Sobre o assunto, o representante da ADUFS, Gean Santana, que esteve presente na assembleia, explicou que o parecer foi suspenso, por isso não há, ainda, fato concreto para uma medida judicial. Porém, o dirigente ressaltou que a pressão política da categoria sobre a questão é necessária.
O contingenciamento do repasse orçamentário das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) é outro problema grave que afeta o funcionamento pleno do ensino, da pesquisa e da extensão. Para o presidente da ADUSC, José Luiz de França, as medidas do governo estadual para as universidades é como se empurrasse a instituições para extinção. A diretoria da ADUSC deve convocar o quanto antes o comando de mobilização, a fim de organizar um calendário de ações que promovam a conscientização da comunidade acadêmica e da sociedade para a gravidade da situação. “Os docentes da UESB, UNEB e UEFS votarão o estado de greve na próxima semana, e esperamos que o governo se posicione e instaure urgentemente a negociação até o início de abril, do contrário, a greve será inevitável”, afirma França.