Convocado pelo Fórum das ADs, nesta quinta-feira (11) estudantes e professores da Uefs, Uneb, Uesb e Uesc realizaram um ato unitário em Salvador. Em grande passeata, professores e estudantes ocuparam as ruas da região do Iguatemi até a avenida Tancredo Neves com faixas, cartazes e panfletos para dialogar com a população sobre as dificuldades do ensino superior baiano. Durante a marcha, também foi denunciada a postura autoritária do governador Rui Costa com o movimento grevista e as declarações à imprensa nos últimos dias.
O ato reuniu representações de vários municípios baianos localizados em todos os territórios de identidade da Bahia. Pelo amplo papel que cumpre as universidades estaduais na expansão e na interiorização do ensino, estiveram presentes estudantes e professores dos municípios de Vitória da Conquista, Jequié, Itapetinga, Itabuna, Feira de Santana, Barreiras, Teixeira de Freitas, Eunápolis, Santo Antônio de Jesus, entre outros importantes municípios.
Com a bandeira do “Negocia, Rui!”, em suas falas, professores enfatizaram o cenário de restrição aos direitos trabalhistas, difíceis condições de trabalho, o ataque à autonomia das universidades e o arrocho salarial. Os estudantes, por sua vez, denunciaram as precárias condições para a permanência estudantil nessas universidades, como a ausência de restaurante e residência universitária, além das restrições de bolsas do programa Mais Futuro.


Cartazes denunciaram a situação das Universidades Estaduais. Fotos: Ascom Fórum das ADs

Além de dialogar com a sociedade, as representações docentes e estudantis também deram diversas entrevistas à imprensa. Um dos pontos apresentados pelos docentes aos veículos de comunicação foi a opinião do movimento docente sobre o anúncio de uma liberação de R$ 36 milhões para as quatro universidades estaduais.
“De fato, o anúncio é fruto da pressão do movimento que estamos construindo, mas o que o governador apresenta é uma armadilha. Nos últimos dois anos o governo contingenciou mais de R$ 100 milhões no orçamento das universidades e agora apresenta uma proposta muito aquém do que cortou e do que são as nossas necessidades. Outro problema é que esse recurso é carimbado apenas para obras e equipamentos. Portanto, não atende ao nosso pleito”, explicou André Uzêda, coordenador do Fórum das ADs. Uzêda abordou, ainda, as declarações deturpadas do governador com a clara intenção de confundir a população e jogar a opinião pública contra a greve dos professores dessas universidades.

Professores dialogam com a imprensa. Foto: Ascom Fórum das ADs

Resistência ao fascismo
Em uma conjuntura nacional de avanço do fascismo e ataques à educação pública, o ato refletiu a luta contra os retrocessos. Nesse contexto, os docentes defenderam que as posturas e iniciativas do governo Rui Costa não contribuem para a resistência e a defesa das liberdades democráticas, sobretudo quando hesita em reconhecer a greve como um direito fundamental dos trabalhadores.
Professores e estudantes reafirmaram a sua disposição para o diálogo e aguardam o aceno do governador para instalação da mesa de negociação a fim de discutir a pauta de reivindicações dos dois segmentos e resolver a crise instalada nas universidades estaduais. Na quarta-feira desta semana, o Fórum reuniu-se com o líder da bancada do governo na Assembleia Legislativa e alguns deputados. Contudo, apesar da iniciativa de Rosemberg Pinto, a reunião não avançou para o indicativo de propostas concretas ao pleito dos docentes (leia mais).
O Fórum das ADs realizará, nesta sexta-feira, uma ampla reunião com os comandos de greve docente e estudantis para avaliar os próximos passos do movimento. Confira todas as imagens do ato aqui.