Reunidos em assembleia nesta segunda-feira (20), os/as docentes da UESC aprovaram a continuidade da greve. Um documento enviado pelos deputados governistas, Fabíola Mansur (Comissão de Educação da ALBA) e Rosemberg Pinto (líder do PT na ALBA), como proposta de negociação foi avaliado e considerado um passo importante para o avanço das negociações. Porém, a ampla maioria dos docentes considerou insuficiente para a suspensão do movimento paredista.

Para a categoria é necessária uma reunião para esclarecimentos e discussão com interlocutores do Governo, para construção de um termo de acordo que considere ajustes e detalhamento dos quatro pontos apresentados, tendo como base a contraproposta protocolada pelo FAD em 9 de maio. A campanha difamatória na mídia promovida pelo governo Rui Costa, visando responsabilizar os professores e desqualificar as universidades estaduais foi bastante criticada por vários docentes durante a assembleia.

Confira aqui o documento apresentado pelos Deputados AQUI e AQUI

Negociação

Desde a deflagração da greve, o movimento docente vem demonstrando sua disposição para negociar. Foram oito encontros com lideranças petistas na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), com e sem a participação das secretarias de governo. Em reunião, no dia 13 de maio, os docentes apresentaram como pontos essenciais da pauta: o fim das alterações no Estatuto do Magistério Superior sem diálogo com a categoria; a garantia do cumprimento das promoções, progressões e mudança de regime até o final de 2019, indicando uma projeção para 2020; reposição das perdas inflacionárias; e o fim dos cortes e contingenciamento de verbas nas universidades.

Saiba mais sobre a reunião do dia 13 de maio AQUI

Proposta do Legislativo

Na tentativa de mediar o diálogo entre Rui Costa e o MD, o líder do governo na ALBA e a presidente da Comissão de Educação enviaram ao Fórum das ADs e protocolaram na Secretaria de Relações Institucionais (SERIN), uma proposta considerada insuficiente pelo movimento. Os docentes reiteraram que os 36 milhões propostos para o orçamento das universidades não repõem sequer a metade do que foi contingenciado em 2018. Sobre o Projeto de Lei que propõe alteração no quadro de vagas, apesar de atender as filas atuais da UESC, UEFS E UESB, ainda manterá promoções pendentes na UNEB.

Quanto ao calendário de negociação, os docentes lembram que foram quase 4 anos sem negociação e espera do Governo a proposição de um documento oficial do executivo. Com relação a proposta de reposição integral dos salários cortados e a retirada das faltas, o documento necessita ser mais claro.

A diretoria da ADUSC junto com o comando de greve e a assessoria jurídica tomaram as medidas necessárias para garantir a legalidade da greve e estão acompanhando o andamento do mandado de segurança.

A luta continua

Após uma semana de intensas mobilizações, com debates, ações em praças públicas, panfletagem na rodovia, e uma forte participação no Dia Nacional de Luta da Educação, o comando de greve da UESC se reunirá nesta terça-feira, as 14h para elaborar um novo calendário de lutas. Para os docentes, há uma contradição do governo Rui Costa, que critica a política atual do governo Bolsonaro para as universidades federais e por outro lado, aplica desde 2017 uma política austera de contingenciamento no orçamento das UEBA, ampliando a indignação da categoria, projetando a greve dentro da pauta nacional de defesa das Universidades Públicas.

Como forma de mostrar esta contradição, o Fórum das ADs irá colocar quatro outdoors em Brasília, ampliando as ações de comunicação buscando o reconhecimento por parte do Governo da contribuição das UEBAs para o desenvolvimento socioeconômico, científico, tecnológico e de formação de recursos humanos qualificados para a Sociedade.