No ano passado, a taxa média anual de desemprego no Brasil foi de 13,5%, o maior registro desde 2012. O percentual corresponde a cerca de 13,4 milhões de pessoas a procura por um trabalho. Em 2019, o desemprego foi de 11,9%. A crise econômica e política enfrentada no país junto com o contexto da pandemia da Covid-19 e a falta de políticas emergenciais eficazes têm ampliado as desigualdades entre brasileiros.
Os dados foram divulgados no final de fevereiro e fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2019, 93,4 milhões de pessoas estavam ocupadas, já no ano seguinte, esse número caiu para 86,1 milhões. No intervalo de um ano, 7,3 milhões de pessoas ficaram desempregadas.
No último ano, o número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privada, excluindo trabalhadores domésticos, ficou em 30,6 milhões de pessoas, uma redução de 7,8%, comparado a 2019. As e os trabalhadores domésticos correspondem a 5,1 milhões de pessoas, em sua maioria mulheres, o que significou uma queda de 19,2%, também a maior retração já registrada.
Já as e os desalentados, que desistiram de procurar trabalho devido às condições estruturais do mercado, chegaram a 5,5 milhões de pessoas 2020, uma alta de 16,1% em relação ao ano anterior. É também o maior contingente da série anual da Pnad Contínua.
De acordo com o levantamento, a taxa de informalidade passou de 41,1% em 2019 para 38,7% em 2020, o que representa 33,3 milhões de pessoas sem carteira assinada (as e os empregados do setor privado ou as e os trabalhadores domésticos), sem CNPJ (as e os empregadores ou empregados por conta própria) ou trabalhadores sem remuneração. Segundo o IBGE, as e os informais foram os primeiros atingidos pelos efeitos da pandemia, no ano passado.
Houve redução de 1,5 milhão de pessoas entre as e os trabalhadores por conta própria, que somaram 22,7 milhões, uma retração de 6,2% em relação a 2019. O número de empregadas e empregados sem carteira assinada no setor privado (9,7 milhões) caiu 16,5%, menos 1,9 milhão de pessoas. Até o total de empregadores recuou 8,5%, ficando em 4 milhões.
Política nula
O governo de Jair Bolsonaro segue desde o início do seu mandato sem uma proposta concreta para aquecer a economia do país e gerar emprego e renda para a população brasileira. O presidente tem priorizado o grande Capital ao encaminhar projetos ao Congresso Nacional que trazem sérios ataques aos servidores e serviços públicos, à Constituição Federal ao desvincular piso da Saúde e Educação, às empresas Estatais, entre outros. Enquanto isso, milhões de trabalhadores e trabalhadoras vivem o drama do desemprego e o fim do auxílio emergencial.
A CSP-Conlutas, central à qual o ANDES-SN é filiado, elaborou no ano passado o Programa dos Trabalhadores para Enfrentar a Crise, exigindo aumento do auxílio emergencial e seguro desemprego; estabilidade no emprego sem redução de salários e direitos; reestatização das empresas privatizadas; plano emergencial de obras e abertura de postos de trabalho; suspensão da dívida pública, taxação e confisco das grandes fortunas e estatização dos bancos para garantir a vida e serviços públicos de qualidade à população.
Fonte: Agência IBGE, com edição e acréscimo de informações do ANDES-SN.
Via: ANDES-SN.