A Associação de Docentes da Universidade Estadual de Santa Cruz – ADUSC vem a público manifestar solidariedade à comunidade cigana residente em Vitória da Conquista-BA, que desde o dia 13 de julho vem sofrendo ataques de extrema violência por parte da Polícia Militar.
De acordo com relatos de testemunhas, tudo começou com um conflito ainda sem explicações, em que dois ciganos e dois policiais à paisana morreram. Após o caso, a PM iniciou uma caçada por vingança na comunidade, com invasões de casas, queima de carros, prisões ilegais, ameaças, dentre outras ações violentas que resultaram em seis mortes e pelo menos 15 pessoas feridas até o momento.
Com o terror estabelecido, a Associação Estadual de Etnias Ciganas emitiu uma nota pública pedindo socorro. “É inaceitável a violação de direitos de qualquer ser humano e repudiamos atitudes e ações que promovam a morte de pessoas, principalmente inocentes. Comunidades inteiras não podem ser criminalizadas por atos individuais”, afirma o documento.
Em contato com a ADUSC, o professor Emerson Lucena, do Departamento de Ciências Biológicas da UESC e membro do Grupo de Trabalho em Política Agrária, Urbana e Ambiental (GTPAUA) do ANDES-SN também se manifestou sobre o ocorrido:
“Esse conflito faz parte de mais um episódio histórico da ciganofobia, tão presente no mundo e no Brasil, que se aproveita de um fato isolado ou cometido por um indivíduo para justificar o abandono, a violência, os preconceitos e a invisibilidade que as populações ciganas já sofrem a séculos. Nos solidarizamos com a comunidade cigana de Vitória da Conquista e cobramos uma reação imediata e proporcional por parte do Poder Público”.
A ADUSC, como uma entidade defensora dos Direitos Humanos, repudia veemente a violência imposta aos povos ciganos e exige uma intervenção imediata do Poder Público, com responsabilização dos agentes desse massacre à comunidade.
Diretoria da ADUSC