Na tarde desta quinta-feira, 25, o presidente Jair Bolsonaro nomeou Carlos Alberto Decotelli da Silva para o cargo de ministro da Educação. O novo chefe da pasta é o nono militar indicado para o grande escalão do governo. Financista e Oficial da Reserva da Marinha, Decotelli é uma surpresa para o cargo. Afinal, seu nome não estava entre os mais cotados, o que pode ter sido uma estratégia do presidente para diminuir o volume das críticas.

Outro ponto que chama atenção é que Carlos Alberto Decotelli da Silva será o primeiro ministro negro do atual governo. Além de ser o terceiro ministro em menos de dois anos à frente da pasta. Na gestão Vélez, Decotelli presidiu o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) por quatro meses. 

Para Antonio Gonçalves, presidente do ANDES-SN, o perfil do novo ministro demonstra, explicitamente, o viés que pouco a pouco vai prevalecendo no Ministério da Educação.  ”É um viés economicista e militar para conduzir um bem social,  um direito conquistado. Certamente, distante do projeto de educação que defendemos,  será mais um a desestruturar a educação superior pública”, comenta.

Ao ser questionado sobre como pretende exercer sua função, o novo ministro afirma que pretende fazer uma gestão pautada no diálogo. ‘Não tenho nem preparação para fazer discussão ideológica, minha função é técnica’, disse, ao pontuar que pretende estabelecer relacionamento estreito com estados e municípios para traçar a retomada das aulas e que irá conversar com o Congresso na articulação do Fundeb. “Minha visão é transformar o ambiente da política educacional em ambiente de sala de aula, e na sala de aula conversamos”, concluiu, em entrevista concedida ao jornal OGlobo.


Currículo

Decotelli é bacharel em Ciências Econômicas pela UERJ, Mestre pela FGV, Doutor pela Universidade de Rosário, Argentina e Pós-Doutor pela Universidade de Wuppertal, na Alemanha. Professor de Finanças Nacionais e Internacionais, Análise de Investimentos, Mercado de Capitais e Derivativos, já deu aulas na Fundação Getúlio Vargas (FGV), IBMEC, Febraban e Fundação Dom Cabral.

Via: ANDES-SN.