Os dados do boletim “Pele Alvo: Mortes que Revelam um Padrão”, da Rede de Observatórios da Segurança, escancaram uma realidade cruel e seletiva no Brasil. Segundo o levantamento, 87,8% das pessoas mortas por policiais no país em 2023 eram negras. O número assustador revela como o racismo se manifesta nas instituições, sobretudo nas forças de segurança.
Entre os dados por estado, a Bahia aparece como o segundo mais letal para a população negra, superando o índice nacional. No ano passado, 94,6% das pessoas mortas por intervenção do Estado foram negras. Quem ocupa o primeiro lugar é Pernambuco, com 95,7%.
Para a professora Nane Albuquerque, os números evidenciam o racismo estrutural no país. A docente faz parte do Grupo de Trabalho Políticas de Classe para as Questões Étnico-raciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS), do ANDES-SN, na UESC.
“O jovem negro é sempre um suspeito para as forças do Estado. Ainda mais se este jovem for periférico. A ação policial é moldada por uma cultura que criminaliza e discrimina pessoas somente pela cor da sua pele. É um padrão racista que devasta famílias dia após dia. O combate ao racismo é urgente!”, disse.
Em novembro, diversas organizações aproveitam o mês da Consciência Negra para levantar discussões sobre a luta antirracista. Dados como esse mostram como a pauta é necessária para se pensar em uma sociedade justa e igualitária.