Uma série de operações policiais na periferia de Salvador e em cidades da região metropolitana da Bahia, como Camaçari e Itatim, resultaram em 30 pessoas mortas entre 28 de julho e 4 de agosto. 

Após as críticas de defensoras e defensores dos Direitos Humanos e a manifestação do ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, ao dizer afirmou que as mortes “não são compatíveis com um país que se pretende democrático e em consonância com os Direitos Humanos”, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), resolveu quebrar o silêncio e usou as redes sociais, no dia 7 de agosto, para dizer que “eventuais excessos” da Polícia Militar seriam apurados. O governo federal acompanha as investigações. Já o Ministério Público da Bahia (MP-BA) informou, no dia 1º de agosto, que iria apurar as circunstâncias das mortes ocorridas durante as ações policiais. 

A Bahia vive uma escalada de violência policial. Em 2022, as polícias da Bahia mataram 1.464 pessoas em intervenções representando 22,7% do total das 6.430 mortes das polícias no ano passado em todo o país. Nessa estatística, o estado não diferencia a Polícia Civil da Militar.

Os números são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública e apontam que pela primeira vez no histórico de dados, contabilizados e informados desde 2015, o estado da Bahia aparece como a que mais matou pessoas em intervenções, tomando o lugar que nos anos anteriores sempre foi do Rio de Janeiro. No Rio, o número de mortes por intervenções em 2022 foi de 1.330. Em 2015, o número de mortes por intervenções policiais na Bahia foi de 354, em sete anos a alta foi de 313%.

Segundo Alexandre Galvão, 2º secretário do ANDES-SN, os dados sobre a letalidade das polícias na Bahia demonstram que a política de segurança pública do Estado tem se mostrado extremamente violenta, principalmente em relação às populações mais pobres, pretos e pretas, e ao povo das periferias das grandes cidades e do interior.

“A polícia militar de diversos locais do Brasil, em especial na Bahia, tem uma postura de extrema violência e com altos índices de homicídio. No governo de Rui Costa, a chacina do Cabula – no qual o próprio governador informou que a polícia tinha feito um gol de placa -, na qual foram assassinados jovens de uma comunidade da periferia, as polícias encontraram nas próprias autoridades um aceite dessa política de primeiro matar e depois perguntar. Isso em consonância, obviamente, com as outras polícias violentas no resto do Brasil, como o que aconteceu recentemente na Baixada Santista com a polícia paulista, e isso é muito grave. Esperamos que isso seja um alerta, não só para o governo estadual, mas para o governo federal, de que não são só as polícias dos governos de direita, mas também governos estaduais, como o do PT, aplicam a mesma forma de atuação das polícias militares. Se não houver essa mudança, essa política de extermínio vai continuar”, ressaltou.

Via: ANDES-SN.