Em assembleia realizada nesta quinta-feira (04), os professores da UESC votaram pela manutenção do Estado de Greve docente. Os docentes, que há 3 anos reivindicam melhores condições de trabalho, salário digno e respeito aos direitos trabalhistas, consideraram a abertura da negociação um avanço importante. A categoria aguarda respostas efetivas à pauta de reivindicação nessa primeira rodada de negociação, agendada para o dia 8 de abril. O resultado da negociação será avaliado em assembleia no dia 10 de abril, quando a deflagração da greve volta a ser apreciada.
Após 3 anos sem resposta do governo à pauta de reivindicação, aprovada pelas assembleias docentes das quatro Universidades Estaduais da Bahia (UEBA), a categoria deflagrou o Estado de Greve. A decisão da categoria abriu um novo cenário, influenciando na mobilização de outros setores da comunidade acadêmica, e na disposição de diálogo por parte de gestores, parlamentares e governo.
Ao longo da semana, além do diálogo com o Fórum de Reitores, que adiou por meses a reunião solicitada pelas representações docentes, o próprio governo oficializou a instalação das negociações. Representado pela Secretaria de Educação (SEC) e a Secretaria de Relações Institucionais (SERIN), o governo admitiu não ter avaliado a pauta da categoria, mas se comprometeu em apresentar um posicionamento na próxima segunda-feira (8).
Os docentes entendem que isso só foi possível porque a categoria não hesitou em colocar a greve em votação nas assembleias. Entretanto, decidiram aguardar uma resposta efetiva do governo à pauta de reivindicação, mantendo a greve na pauta da próxima assembleia, que ocorrerá no dia 10 de abril.
Além do movimento docente, a assembleia de estudantes da UESC, realizada nesta quarta-feira (3), aprovou o Estado de Greve da categoria. Minutos antes do início da assembleia docente desta quinta-feira, estudantes dos cursos de Comunicação Social e Medicina protestaram exigindo contratação de docentes para oferta de disciplinas obrigatórias de ambos os cursos. Os estudantes também declararam apoio à luta docente e lembraram a importância da luta unificada. A fala também foi reforçada pelo Coordenador Geral do DCE, que ressaltou a importância da realização de um Fórum das Doze.
Segundo o presidente da ADUSC, José Luiz de França, a categoria mantém a disposição para a luta, e que cabe ao governo demonstrar seu compromisso com as universidades públicas apresentando uma proposta efetiva à categoria. “Entendemos a greve como uma ferramenta cara ao movimento, mas não vamos hesitar caso o governo mantenha sua intransigência”, afirma França.