Além
de impor aos funcionários públicos um congelamento salarial de quatros
anos, o governador Rui Costa (PT) apresenta agora mais uma medida de
austeridade contra os servidores baianos. Nesta semana o governador
enviou à Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) um projeto de lei que
prevê o aumento da alíquota da contribuição da Previdência Estadual de
12% para 14%. A proposta impõe queda no poder aquisitivo dos
trabalhadores ativos e aposentados. Para os docentes das Universidades
Estaduais, a medida se torna ainda mais amarga diante da maior perda
salarial da categoria nos últimos 20 anos.
O
Projeto de Lei nº 22.971/2018 foi publicado no dia 30 de novembro de
2018 no Diário Oficial. No artigo 4º do PL, é proposto o aumento da
alíquota previdenciária para 14%. Leia na íntegra.
Na prática, o aumento representa uma redução dos salários e
aposentadorias, já congelados há quatro anos, em 2%. No caso dos
aposentados, ainda há uma polêmica se o aumento da alíquota será para
todos ou somente para aqueles cujo o valor da aposentadoria ultrapassem o
limite Regime Geral da Previdência Social (R$ 5.645,80).
Para
justificar a medida o governo insiste em manter o discurso de que é
necessário “controlar os gastos do Executivo” e resolver o suposto
déficit da Previdência do Estado. Em um vídeo publicado nas redes
sociais esta semana, o governador fez declarações desrespeitosas aos
servidores, tentando jogar a população contra os trabalhadores do Estado
ao afirmar que “o valor pago às aposentadorias daria para construir 20
hospitais”. Para o Fórum das ADs, o mesmo poderia ser dito dos recursos
perdidos pelo governo em incentivos fiscais bilionários de natureza
duvidosa, dos recursos que o governo gasta com propaganda, ou daquilo
que o governo perde por ano pagando juros extorsivos da dívida pública,
que nunca foi auditada.
Ainda
segundo o Fórum das ADs, os servidores públicos cumprem um papel
importante para a população e não podem pagar a conta da crise. Sérgio
Barroso, coordenador do Fórum, demarcou que “é um absurdo os
trabalhadores que estão com salários congelados há quatro anos sofrerem
agora com mais essa forma de reduzir salários. É necessário que haja uma
mobilização imediata para barrar a medida, de todo o funcionalismo
público estadual antes que o projeto seja votado”, concluiu Barroso com
um chamado à mobilização e a unidade.
Barroso
destacou também a necessidade de uma auditoria pública independente
sobre o suposto déficit na previdência pública. “Rui Costa já incorpora o
discurso do presidente eleito Jair Bolsonaro. Não existe estudo nenhum
estudo que mostre que esse aumento de alíquota vai resolver o suposto
problema na previdência. Desde 1998 o fundo de previdência estadual foi
criado e sucessivos governos estaduais aprovam leis para enfraquecer
esse fundo. Não vai ser mudando a contribuição dos servidores que vai se
resolver este suposto problema. Seria preciso uma auditoria e um estudo
independente para definir qual é de fato o problema e apontar
soluções”, defendeu Sérgio.
Em
2017 o Fórum das ADs lançou uma cartilha sobre os fundos de previdência
pública estaduais (Funprev, Baprev e PrevBahia). A cartilha é um
material explicativo sobre os prejuízos causados pelo PrevBahia para os
servidores públicos. Desde 2015 o Fórum, através das ADs, faz a
denúncia do Prevbahia com a realização de seminários, notas públicas e
panfletagens. Para o FAD, é preciso defender a previdência pública,
tanto a nível estadual quanto federal.
Acesse a cartilha do Fórum das ADs “Não ao Prevbahia” aqui.