Novembro é um mês marcado pela agenda de luta antirracista e no movimento docente não é diferente. Além da agenda de lutas sobre a questão racial, esse mês nas Associações Docentes também foi marcado por mesa de negociação, assembleias docentes, denúncia aos 60 anos de golpe de 1964, mobilizações contra a escala de trabalho 6×1 e outras resistências. Confira os principais acontecimentos com a retrospectiva abaixo.

Mesa de negociação

As atividades do mês de novembro iniciaram para o movimento docente com mesa de negociação ocorrida no dia 6. O encontro foi marcado pela presença de Rowenna Brito, secretária de educação, que sinalizou para o movimento docente a possibilidade de avanço dos itens da pauta de reivindicações que dizem respeito às promoções, fim da lista tríplice e constituição do grupo de trabalho para discutir transporte e itinerância docente. Sobre as promoções, o governo se comprometeu com um calendário para construção de metodologia para atendimento dos pedidos. A próxima mesa entre Fórum das ADs e o governo ocorrerá no mês de dezembro, ainda com data a definir.

III Congresso Mundial contra o neoliberalismo na educação

Representantes das Associações Docentes baianas participaram do III Congresso Mundial contra o neoliberalismo na Educação, na Associação de Docentes da Uerj – Asduerj, na cidade do Rio de Janeiro, entre os dias 11 a 14 de novembro. O congresso foi marcado por debates intensos, profundas trocas e compartilhamentos de experiências e dores na luta em defesa da classe trabalhadora e da juventude contra os ataques do Capital. O espaço encaminhou propostas de uma série de resoluções para o próximo período. Saiba mais aqui.

Luta contra escala 6×1

Em parte das cidades baianas onde ocorreram atos contra a escala de trabalho 6×1, as Associações Docentes participaram da mobilização. As manifestações foram convocadas pelo movimento Vida Além do Trabalho (VAT), liderado pelo vereador eleito em 2024 Rick Azevedo, sendo posteriormente acolhido pela deputada federal Erika Hilton. Agora percorre o caminho institucional enquanto Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa pôr fim à escala 6×1, substituindo-a por uma jornada mais justa e humana de 36 horas semanais em regime 4×3. Os primeiros atos nacionais aconteceram no dia 15 de novembro e foram marcados na Bahia nas cidades de: Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Itabuna, Ilhéus, Juazeiro e Petrolina.

Assembleias docentes

Entre os dias 19 e 22 de novembro aconteceu mais uma rodada de assembleias docentes em todas as universidades estaduais da Bahia. As assembleias apreciaram a pauta de reivindicações para 2025, construída pelo Fórum das ADs, e participação da delegação de cada Associação Docente no 43º Congresso do Andes-SN. No que tange à pauta de reivindicações 2025, a proposta construída pelo Fórum das ADs foi aprovada por unanimidade em todas as assembleias e agora será protocolada junto ao governo em dezembro.

Novembro negro

Este ano pela primeira vez o 20 de novembro foi feriado nacional com a sanção da Lei 14.759 de 2023. Em celebração ao Dia da Consciência Negra as Associações Docentes baianas realizaram diversas iniciativas no tradicional novembro negro.

Na Adusc, aconteceu um ato mobilizado com o Núcleo do Movimento Negro Unificado (MNU) junto à ADUSC, AFUSC e DCE Livre Carlos Marighella no dia 18 de novembro. O espaço contou com o debate sobre “Fraude nas Cotas Raciais e Heteroidentificação nas Universidades e Institutos” e apresentações culturais marcantes.

Na Adufs, houve a participação da AD na abertura do Novembro Negro da UEFS bem como uma mesa do sindicato que discutiu “Necropolítica e o bem-viver da população negra” no último dia 27 de novembro. Esteve presente para facilitar o debate Fátima Lima, docente da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UEFS) e Andreia Beatriz dos Santos, docente da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). A mediação foi feita pelo também professor da UEFS e integrante do Grupo de Trabalho de Políticas de Classe para Questões Étnicorraciais e Diversidade Sexual (GTPCEGDS), Gean Santana.

Na Aduneb e Adusb a campanha pelo 20 de novembro aconteceu através de materiais informativos com matérias, vídeos com docentes das instituições e cards que impulsionaram a campanha do ANDES-SN “Sou docente antirracista”.

Seminário 60 anos do Golpe de 1964 – Memória, Verdade, Justiça e Reparação

Entre os dias 21 a 23 de novembro em Porto Alegre (RS) aconteceu o Seminário 60 anos de Golpe de 1964, promovido pelo ANDES-SN e com a participação de representantes de todas as Associações Docentes baianas. As discussões destacaram a importância de criar comissões da verdade nas instituições de ensino e impulsionar ações de desomenagear figuras ligadas à ditadura militar e como enfrentar os resquícios da ditadura que ainda sobrevivem em universidades, institutos federais e cefets até hoje. Foi lançado também o documentário “Adufrgs e Andes: história de um golpe”, produzido pela Seção Sindical ANDES-UFRGS.Assista aqui o vídeo com as imagens das Associações Docentes em todas essas atividades.

Via: Fórum das ADs.