A decisão ocorreu pela manhã durante a Plenária do Tema 4, que trata das questões organizativas e financeiras do sindicato. Cerca de 17 participantes, respeitando a paridade de gênero, trouxeram análises sobre a atuação da central sindical e da participação do ANDES-SN na CSP-Conlutas.
Diversas falas das e dos docentes a favor da desfiliação da CSP-Conlutas apontaram que diante da atual conjuntura política do país, em particular, com o avanço do fascismo, seria um momento delicado continuar filiado à CSP-Conlutas. Foi destacado ainda a gravidade dos atos golpistas contra a democracia no dia 8 de janeiro de 2023. Algumas e alguns docentes apontaram que a central tem dificuldade em alcançar a base docente. Para elas e eles, a luta do Sindicato Nacional deve ser pela ampla unidade e no avanço da construção de pautas unificadas.
Já as delegadas e os delegados que são contra a desfiliação afirmaram que a CSP-Conlutas tem um papel importante na defesa da classe trabalhadora agregando as lutas das categorias do funcionalismo público e das demais categorias e movimentos sociais, populares e estudantis. Para as delegadas e os delegados, a CSP-Conlutas teve um papel fundamental quando o ANDES-SN se desfiliou à CUT, após a aprovação da reforma da Previdência em 2003, e se filiou a uma central “combativa e autônoma”.
Após a aprovação da desfiliação do Sindicato Nacional da CSP-Conlutas, as e os docentes aprovaram a realização de um Seminário Nacional sobre a reorganização da classe trabalhadora em 2023 e que o ANDES-SN, por meio das suas secretarias regionais e com apoio do GTPFS, promova reuniões e seminários para discutir e divulgar a importância das centrais sindicais na organização das lutas em defesa da classe trabalhadora.
A plenária também aprovou que o ANDES-SN – por meio da sua diretoria, secretarias regionais, grupos de trabalhos e seções sindicais – organize uma série de debates com o tema “A classe trabalhadora no enfrentamento às políticas da extrema-direita no Brasil e no mundo”. E que seja editada uma síntese do Seminário sobre Reorganização da Classe trabalhadora a ser realizado pelo ANDES-SN.
Via ANDES-SN.
O relatório acima, que apresenta argumentos dos contra e dos a favor da desfiliação do Andes -SN do CSP-Conlutas, é muito sintético e acaba se tornando lacônico. Não encontro argumentos concretos nem para a desfiliação nem para a não desfiliação. Para não me estender, dentre os argumentos a favor da desfiliação, faz-se referência ao avanço do fascismo e aos atos antidemocráticos de 08 de janeiro de 2023, por exemplo, mas não há qualquer relação entre o CSP-Conlutas e o avanço do fascismo e os atos golpistas de 08 de janeiro. Argumenta-se também a dificuldade da Central Sindical atingir as bases, mas não se traz nenhum fato concreto a respeito. Dos argumentos contra a desfiliação, seria importante apontar situações concretas da atuação da Central Sindical em defesa da classe trabalhadora, mais do que uma referência genérica a sua combatividade por ocasião da “reforma” da previdência em 2003 que, acrescente-se, seguiu por anos depois. Em síntese, dados concretos tornariam o relatório mais substantivo e mais informativo aos associados que não estiveram presentes no evento do 41. Congresso do Andes -SN.