O 29M, Dia Nacional de Mobilização por Fora Bolsonaro, provou que parcela importante da população não aguenta mais este governo e precisa ser ouvida. Diante da pandemia, muitas manifestações presenciais deixaram de ser organizadas no decorrer de 2020 e início de 2021. Contudo, a proximidade de atingir 500 mil mortos devido à negligência e política genocida do governo Bolsonaro torna impossível não ir às ruas.
Os atos ocorreram em mais de 200 cidades no Brasil, além de 14 cidades no exterior. De acordo com apurações, os protestos contaram com a presença no total de mais de 420 mil pessoas. Número gigante para um período de pandemia.
As 460 mil mortes causadas pela covid-19 e a lentidão e descaso com a urgência da vacina estiveram entre os principais motivos que levaram as pessoas às ruas, mas a exigência de um auxílio emergencial de no mínimo R$ 600, verbas para saúde e educação, o repúdio às privatizações e à reforma administrativa foram outras motivações.
“Se o povo vai às ruas na pandemia, é porque o governo é mais perigoso que o vírus”. A frase deste cartaz talvez sintetize o sentimento dos que se arriscaram.
Um outro dizia: “Quando o presidente é mais letal que o vírus, ir às ruas é a única opção”.
“Cemitérios cheios, barrigas vazias”, frase contida em cartazes nos atos de diversas cidades expressava a indignação com o aumento da fome e do desemprego no país como consequência da política econômica e social nefasta do governo Bolsonaro e Paulo Guedes que não garante nem o mínimo para a sobrevivência dos mais necessitados como estimulou o crescimento do desemprego com a flexibilização das leis do emprego durante a pandemia.
Gritou-se “Fora Bolsonaro” a plenos pulmões e nas faixas e cartazes as mais diversas frases, palavras de ordem e em muitos criatividade e bom humor, como o cartaz levado por uma criança: “Bolsonaro bobão”. A denúncia da chacina do Jacarezinho; a destruição da Amazônia, o pedido de prisão para o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles; a denúncia do genocídio dos povos indígenas; o fim de despejos durante a pandemia. As pautas são muitas.
Disposição de luta, a garra para estar nas ruas e o respeito ao máximo com os cuidados como o uso de máscaras e álcool em gel foram parte importante das manifestações. Filas indianas e um braço de distância do outro minimamente buscaram garantir o distanciamento social entre as pessoas, entretanto em alguns lugares havia tanta gente que foi impossível não haver aglomerações.
Integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Atnágoras Lopes entende que as manifestações dão um impulso na luta para colocar pra fora o governo Bolsonaro e sua quadrilha. “O que nos levou às ruas foi um grito contido, a dor das mais de 450 familias que choram pela morte de ente queridos. Por isso, compete as Centrais Sindicais brasileiras se apoiarem neste dia 29 e chamarem uma greve geral sanitária imediatamente, ainda no calor dessas manifestações. É dessa forma que podemos avançar na luta pra derrubar Bolsonaro”, afirmou.
Alguns dos atos que ocorreram no 29M
Itabuna (BA)
Porto Alegre (RS)
São Paulo
Vitória (ES)
Recife (PE)
São Luis (Maranhão)
Curitiba (PR)
Aracaju (SE)
Santa Cruz (RS)
Natal (RN)
Boa Vista (RR)
Maringá (PR)
São João Del Rei (MG)
Florianópolis (SC)
Jacareí (SP)
São José dos Campos (SP)
Bauru (SP)
Campinas (SP)
Salvador (BA)
Maceió (AL)
Rio de Janeiro (RJ)
Criciúma (SC)
Brasília (DF)
Via: CSP-Conlutas.