Servidores de todo o Brasil irão protestar contra a Reforma Administrativa (PEC 32), em Brasília, nesta terça-feira (14), quando deverá ter início a votação do texto na Comissão Especial da Câmara dos Deputados.

Vindos de todas as regiões do país, trabalhadores do setor público das esferas municipal, estadual e federal já estão na capital. As mobilizações começaram logo pela manhã. Os parlamentares que chegavam no aeroporto eram recebidos por centenas de manifestantes que exibiam faixas contra a PEC 32.

O objetivo é pressionar os deputados a votarem contra o texto que pode por fim ao serviço público no Brasil. Também haviam faixas contra a privatização dos Correios e pelo Fora Bolsonaro.

O relatório da Reforma Administrativa (PEC 32) foi apresentado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), no dia 31. Apesar de trazer modificações em relação à proposta original, o texto do relator Arthur Maia (DEM) mantém os principais ataques à população brasileira.

O Art. 37A que dispõe sobre a terceirização de serviços públicos através dos sistemas de cooperação abre caminho para o fim do atendimento gratuito à população, mesmo em relação a direitos básicos como Saúde (SUS) e Educação pública.

Também estão presentes ataques aos servidores. A estabilidade, por exemplo, é ameaçada por vários mecanismos criados para ampliar e facilitar as demissões por perseguições políticas e outras formas arbitrárias.

Outros ataques estão previstos: desde a perda de benefícios como auxílio alimentação até a redução dos salários e jornada.

Programação:

Estão previstas manifestações durante toda a semana. Nesta terça, às 14h, os servidores se concentrarão no Espaço do Servidor. Às 15h, eles sairão em passeata do local com destino ao Anexo 2, onde ocorrerá, em frente a Câmara dos Deputados, a manifestação contra a Reforma Administrativa, às 16h.

Na quarta-feira (15), os companheiros e companheiras irão se reunir novamente, para definir as estratégias de mobilização em Brasília. Até a quinta-feira (16), uma comissão irá visitar os gabinetes dos deputados para dialogar sobre a importância de barrar a PEC 32 na Comissão Especial.

Assembleia Nacional
Na sexta-feira (10), lideranças de diversas entidades do funcionalismo público realizaram, de maneira virtual, a Assembleia Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Setor Público e das Empresas Estatais.

No evento, que contou com a presença de parlamentares contrários a PEC 32, foram discutidos os próximos passados da luta contra a Reforma Administrativa, bem como as principais razões para que o texto seja derrotado já na Comissão Especial. A CSP-Conlutas defende que é necessário barrar a “reforma” na íntegra, sem negociar emendas.

“Apesar de todas as divisões na burguesia brasileira, eles têm muito acordo em relação a PEC 32 e demais planos que atestam contra a classe trabalhadora do país. Não são apenas servidores, é toda população”, explica Paulo Barela representante da CSP-Conlutas na assembleia.

“A CSP-Conlutas sempre joga o elemento político. Não se trata apenas de discutir somente a PEC, maso próprio regime a serviço de banqueiros, do agronegócio. É preciso uma alternativa para nossa classe. Não podemos esperar até 2022. Precisamos derrubar a PEC 32, o marco temporal, a reforma tributária. Todos esses projetos estão a serviço de um sistema. Precisamos discutir uma saída socialista e revolucionária”, concluiu o membro da Executiva Nacional da CSP-Conlutas.

Transmissão ao vivo
A mobilização em Brasília contra a PEC 32 será transmitida ao vivo pela página da CSP-Conlutas no Facebook. A live terá início às 15h e, além do ato, trará comentaristas sobre o texto que será votado na Comissão Especial.

Via: CSP-Conlutas.