“Privatiza que os preços reduzem”. Esse é o falso discurso utilizado pelos governos e defensores da entrega do patrimônio público quando querem convencer a população sobre alguma privatização. A realidade, contudo, segue demonstrando exatamente o contrário.
Segundo levantamento do Observatório Social da Petrobrás, a Acelen – holding do fundo árabe Mubadala-, que assumiu em 1° de dezembro a gestão da RLAM – Refinaria Landulpho Alves, na Bahia, pratica atualmente o valor mais caro de gasolina no país.
O combustível vendido pela refinaria, renomeada Refinaria Mataripe, está 2,6% mais caro em comparação com as 12 refinarias da Petrobrás que seguem sob o controle da estatal. E, vale destacar, que os preços da Petrobrás já estão nas alturas!
Privatizada, a Mataripe foi também a primeira a anunciar reajustes neste ano, de 6,98% na gasolina e 4,14% no diesel, em 1° de janeiro, segundo informou o Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos.
No estado, o valor do litro da gasolina nas bombas já ultrapassou R$ 7, chegando a R$ 7,49 em alguns postos.
O Observatório, organização impulsionada por sindicatos de trabalhadores petroleiros filiados à FNP – Federação Nacional dos Petroleiros, em nota publicada nas redes sociais, destaca que o levantamento demonstra que a população no estado está “refém de um monopólio privado”.
“É urgente cancelar o processo de privatizações no país e acabar com o PPI (Preço de Paridade de Importação), a política que define o valor dos combustíveis”, afirma.
“Precisamos e podemos ter combustíveis e gás de cozinha com preços acessíveis a toda população. E, paralelo a isso, devemos trabalhar pelas matrizes energéticas renováveis, mais baratas e menos poluentes”, completa a organização dos trabalhadores.
Não à privatização da Petrobras! Pelo fim da política de PPI
Bolsonaro quer aprofundar a entrega da Petrobras e, assim como fez com a RLAM em dezembro, quer vender no total 13 refinarias, que representam cerca de 50% da capacidade de refino no país. Um absurdo. Afinal, isso significa aprofundar ainda mais a entrega dessa estatal estratégica.
Sem falar que é uma entrega a preço de banana. A RLAM foi vendida por US$ 1,65 bilhão. Segundo o Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) o valor de mercado da unidade baiana seria entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões.
A CSP-Conlutas defende o fim imediato da política de PPI, que só serve aos interesses dos acionistas estrangeiros que hoje controlam a Petrobras e hoje é responsável pelo descontrole no preço dos combustíveis e do gás de cozinha, bem como reverter o processo de privatização da Petrobras imediatamente.
Com informações: Observatório Social da Petrobrás. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.
Via: CSP-Conlutas.