Nesta segunda-feira (19.08), professoras e professores da UNEB, UEFS, UESC e UESB paralisaram as atividades acadêmicas por 24h. Com mobilização nos portões das universidades estaduais em vários pontos da Bahia, o movimento docente protestou com cartazes, panfletos, faixas e entrevistas à imprensa, por valorização e um plano de recomposição salarial justo. Em resposta às manifestações, o governo apresentou na reunião da mesa de negociação com o Fórum das ADs uma terceira proposta de reajuste salarial, com o índice de 5,5% ao ano dividida em três parcelas por dois anos – janeiro de 2025, janeiro de 2026 e dezembro de 2026. Ocorrerá uma nova reunião entre as Associações Docentes e o governo na próxima segunda-feira (26). O Fórum também indicou um novo calendário de mobilização.

Confira a terceira proposta de reajuste do governo na íntegra.

Após o dia intenso de protestos, as Associações Docentes se reuniram nesta terça-feira (20) na Aduneb, em Salvador, para analisar a proposta apresentada. Na avaliação das diretorias, a nova proposta ainda tem pontos que precisam ser esclarecidos.

“Nós apresentamos a proposta que a categoria aprovou nas assembleias junto com a paralisação, que foi o índice de 4,5%, em três anos, além da reposição da inflação, a partir da data-base que é janeiro. Fruto da nossa pressão, o governo apresentou essa terceira proposta de reajuste. Contudo, durante a mesa foram apresentados elementos da proposta que não constam no documento entregue. Avaliamos, enquanto Fórum e diretorias, que é necessária uma nova reunião com o governo para tirarmos todas as dúvidas sobre essa nova proposta e, assim, a categoria definir os próximos passos da negociação”, explicou Marcelo Lins, presidente da Adusc e Coordenador do Fórum das ADs.

Além da reunião com o governo em caráter de esclarecimentos, o Fórum das ADs também indicou um novo calendário de mobilização do movimento docente com novas rodadas de reunião das diretorias, de assembleias docentes e reunião do Fórum ainda para o mês de agosto.

Entenda o histórico da negociação sobre salário
Desde o mês abril, as Associações Docentes tentam negociar com o governo uma proposta para repor as perdas salariais de aproximadamente 35%, acumuladas desde 2015, com base nos estudos realizados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).

O governo só cedeu à mesa de negociação após a decisão das assembleias docentes pelo indicativo de greve, aprovado em abril. A negociação sobre o plano de recomposição salarial das/os professoras/os das estaduais está, nesse momento, no terceiro ciclo de discussão. A categoria luta para construir uma proposta de plano de recomposição salarial com o governo que dê conta de repor as perdas acumuladas. Atualmente, as Associações Docentes estão com campanha unificada “E aí, governador Jerônimo, vai ter greve?” com materiais explicativos que dialogam com os públicos internos das universidades e a sociedade baiana sobre o impasse da negociação.

A primeira proposta de plano de recomposição salarial apresentada pelo governo consistia em um reajuste parcelado em 3 anos (2025, 2026 e 2027), com percentual de 4,7% ao ano. Na segunda proposta, o governo assumiu o compromisso de repor a inflação dos próximos 3 anos, mas propôs a recomposição salarial de apenas 1% ao ano. Ambas as propostas foram rejeitadas pelas assembleias docentes.

“Um dos principais pontos de insatisfação da nossa categoria nessa segunda proposta apresentada foi o entendimento de que com o percentual de 1% precisaremos de quase 30 anos para recompor as perdas, o que torna-se inviável. Agora precisamos entender a nova proposta do governo, analisá-la e deliberar”, explicou Lins.

Leia o estudo do Dieese sobre as perdas salariais.

Confira o calendário de mobilização do movimento docente para agosto
21 a 27.08.24 – Rodada de reunião das diretorias
26.08.24 – Reunião do FAD às 10h e reunião com o governo às 14h30
28 a 30.08.24 – Rodadas de Assembleias Docentes

Via: Fórum das ADs.