O Governo da Bahia tem retido o direito de promoção na carreira para professoras e professores das universidades estaduais. Atualmente, mais de 500 docentes estão na fila de promoções.

Neste Dia Estadual de Mobilização (29/07), quando enfim o governo receberá o movimento docente para reunião, a ADUSC compartilha o relato da professora Rosenaide Ramos, aluna da antiga FESPI e hoje lotada no Departamento de Ciências da Educação (DCIE) da UESC, há mais de 34 anos. A docente adquiriu o direito à promoção em 2024, mas segue impedida de acessá-lo. Confira:

Sou a professora Rosenaide Ramos, lotada no Departamento de Ciências da Educação (DCIE), há mais de 34 anos. Como ex-aluna e, agora, como docente, tenho muita história para contar! Fiz parte do processo de estadualização da universidade — hoje considerada uma renomada instituição do sul da Bahia. Por meio da atuação e luta, nas mais distintas frentes e de forma paulatina, realizei minha formação continuada em pós-graduação. Com zelo, compromisso e respeito às determinações do Estatuto do Magistério Público das Universidades do Estado da Bahia, participei ativamente da elaboração desse documento.

Sem desconsiderar os inúmeros desafios enfrentados, galguei as mudanças de classe, passando de professora auxiliar à plena. Seja como docente, seja exercendo funções administrativas, sempre atuei com o devido — ou até excedido — compromisso e responsabilidade, dando o melhor do meu ser-saber-fazer.

Considerando essa longa trajetória, assisto, com tristeza, ao processo de desvalorização da educação e de seus profissionais em todas as instâncias — o qual também me atinge. Sob o argumento, por parte do governo, de falta de recursos, e após cinco anos da aprovação pela UESC, tive que judicializar meu pedido de mudança de regime de trabalho.

Sinto-me indignada com o governo por me colocar na fila para promoção e, por meio de seu “bisturi”, fazer com que eu seja a ÚNICA DOCENTE de 2024 a permanecer nessa fila. É profundamente lamentável quando um governante, que deveria zelar pelo cumprimento das leis e pela valorização dos profissionais da educação, não assegura um direito adquirido por servidoras e servidores públicos.

Negar ou adiar esse direito fere a autonomia universitária e a nossa dignidade profissional, comprometendo, assim, a qualidade da educação superior pública no estado da Bahia — uma vez que ela está diretamente vinculada às nossas condições de vida, à nossa motivação e ao reconhecimento do nosso papel no desenvolvimento da sociedade.

NENHUM DOCENTE NA FILA! PROMOÇÃO É DIREITO CONQUISTADO! DIREITO SE CUMPRE!