Nessa quarta-feira (26), o Conselho Universitário (CONSU) da UESC aprovou a minuta de resolução que autoriza a oferta, no modo presencial, de disciplinas com carga horária prática para o semestre 2021.2. A medida está condicionada à criação e aprovação de um plano de retorno.
Na resolução, a ser publicada em breve, a oferta de aulas práticas presenciais só será autorizada para os cursos de graduação de Biomedicina, Ciências Biológicas, Enfermagem, Medicina, Medicina Veterinária, Agronomia, Química e as Engenharias, que comprovem e justifiquem a sua inviabilidade na forma remota. Os demais cursos seguirão no formato atual.
Com a publicação da resolução, a Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD) deverá submeter uma minuta com a regulamentação da matéria ao Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE), nos próximos dias.
A resolução também estabelece que o desenvolvimento dessas aulas práticas está condicionado ao Plano de Retorno das Atividades de Ensino Presencial (PRAEP), um estudo que apontará medidas preventivas em conjunto com a Comissão de Biossegurança da universidade, seguindo os Informes Epidemiológicos da própria UESC.
Em atendimento à solicitação do presidente da ADUSC Arturo Samana, as entidades representativas dos professores (ADUSC), dos servidores técnicos (AFUSC) e dos estudantes (DCE) participarão do PRAEP:
“É muito importante estarmos presentes na elaboração desse plano, já que representamos as categorias diretamente envolvidas nas atividades da instituição. Nosso objetivo é buscar a garantia das condições sanitárias, inclusive a vacinação de todas e todos”, disse o docente.
Durante a discussão dessa quarta, houveram alguns questionamentos ao CONSU sobre os riscos que o retorno trará à comunidade interna e externa. Um deles se referiu ao uso do transporte público por estudantes. Tem sido recorrente na imprensa as denúncias de linhas municipais e intermunicipais superlotadas em Ilhéus e Itabuna. Quanto a isso, o Conselho Universitário afirmou não ter condições de garantir a segurança dos discentes no deslocamento, e que poderia apenas solicitar maior rigidez nas medidas sanitárias das empresas de transporte coletivo.
Outras perguntas ficaram sem respostas concretas do CONSU. Como por exemplo, o que pode acontecer se algum docente se recusar a ministrar aulas presenciais, por receio de contaminação? E os estudantes que não puderem ou quiserem participar das aulas presenciais vão ser prejudicados? Em relação a esse segundo questionamento, a PROGRAD afirmou que será tema do CONSEPE e que a matrícula na disciplina será facultativa.
“A maior preocupação que a gente precisa ter é com a vida, não só de estudantes, professores e funcionários, como de toda a população. Vão ser centenas de pessoas frequentando o mesmo local e circulando por várias cidades, num momento tão perigoso da pandemia. A UESC pode se tornar um vetor regional de propagação da Covid-19”, afirmou o professor Arturo Samana.
Apesar da decisão, a Diretoria da ADUSC reforça o seu posicionamento contrário ao retorno presencial de qualquer atividade, enquanto os dados de contaminação, ocupação de leitos e mortes permanecerem altos. A vida tem que ser prioridade.