Nesta terça-feira, 7 de abril, é o Dia Mundial da Saúde. Em todo o mundo haverá homenagens aos trabalhadores da saúde, com aplausos, e também exigiremos condições de trabalho, equipamentos de proteção e contratação imediata de mais profissionais.

A data tem significado especial quando são esses trabalhadores que estão na linha de frente do combate à Convid-19. O mundo registra mais de 1 milhão de infectados pelo novo coronavírus e as mortes superam a marca de 50 mil pessoas, segundo um levantamento da Universidade John Hopkins. No Brasil, as Secretarias Estaduais de Saúde contabilizavam, nesta segunda-feira (6), 11.518 infectados em todos os estados e 506 mortos.

Trabalhadores da saúde na linha de frente do combate à Covid-19
Em meio a todo este cenário é preciso falar daqueles que já receberam palmas nas janelas dos prédios e são chamados de heróis diariamente pela população, mas continuam desprezados pelos governos de modo geral. São os trabalhadores e trabalhadoras da saúde. Mulheres e homens que estão na linha de frente do combate à pandemia e que são um dos setores mais afetados pelo coronavírus, justamente pela falta de condições adequadas de trabalho e pelo contato cotidiano com os infectados.
Para se ter uma ideia da exposição a que estão submetidos os funcionários da saúde, uma pessoa infectada com o novo coronavírus transmite o patógeno, em geral, para até três pessoas. Mas um paciente em atendimento em um hospital da cidade chinesa de Wuhan, por exemplo, passou o vírus para ao menos 14 profissionais de saúde antes mesmo de ter febre, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Esta situação de risco se dá pelo fato de os trabalhadores lidarem com pessoas doentes e se agrava profundamente pela falta de políticas públicas e investimentos na saúde pelo sistema capitalista. Agora, toda essa falta de investimentos não tem solução de um dia para outro quando o mundo enfrenta uma veloz pandemia.
De acordo com informações da BBC Brasil, na França, médicos foram à Justiça contra o governo sob a acusação de falhas no aumento da produção de máscaras. Na Espanha há protestos dos profissionais da saúde exigindo equipamentos de proteção. No Zimbábue, enfermeiros e médicos fizeram paralisações contra a falta de equipamentos de proteção, em meio à quarentena de três semanas, adotada no país, para tentar conter o avanço da pandemia.
O enfermeiro Paolo Miranda, da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do único hospital de Cremona, na Lombardia, Itália, comenta à BBC da exaustão após turnos de 12 horas que estão sendo obrigados a fazer.
“Somos profissionais, mas estamos ficando exaustos. Hoje, sentimos que estamos nas trincheiras. Todos estão com medo.”
No Brasil, essas trabalhadoras e trabalhadores vivem sob um sistema caótico. Com o total desmonte do SUS (Sistema Único de Saúde) governos após governos, e trabalhando sob alto risco e pressão. São jornadas extenuantes por falta de profissionais, falta de falta de EPI’s (Equipamento de Proteção Individual) e sem testes para testarem o vírus na própria categoria que está mais exposta e cuida dos pacientes.
Só no início desse ano, o governo Bolsonaro, desviou 9 bilhões de reais dos hospitais para pagar bancos.
A situação é tão absurda que há hospitais e unidades de saúde sem álcool em gel, papel toalha e sabão. Há hospitais sem água!

Apoiar trabalhadoras e trabalhadores da saúde
Assim, 7 de abril é dia de assumirmos as principais bandeiras das trabalhadoras e trabalhadores da saúde e exigirmos imediatamente condições de trabalhos e que os hospitais e unidades de saúde estejam sob controle desses trabalhadores:
– Equipamentos de proteção individuais e de higienização para hospitais e unidades de saúde.
– Testes para o novo coronavírus a todas e todos que trabalham na saúde
– Contratação imediata de concursados com o devido treinamento

Área da saúde: LEIA AS MEDIDAS APRESENTADAS PELA CSP-CONLUTAS

Via: CSP-Conlutas.