Seguindo a cartilha do governador Rui Costa, os deputados da bancada governista fecharam o ano de 2018 com um “ataque surpresa” às Universidades Estaduais da Bahia. Nos últimos segundos aprovaram, através da Lei 14.039/18,alterações no Estatuto do Magistério Superior (leia mais). Diante da manobra antidemocrática do governo, o Fórum das ADs reuniu-se na última sexta-feira (4) para debater formas de defender a carreira docente. Além de ações específicas, as direções das ADs discutiram a possibilidade de greve no início do próximo semestre letivo em função dos sucessivos ataques do governo aos direitos e à educação pública.
Ações jurídicas
Na oportunidade, as direções debateram estratégias jurídicas. Entre os encaminhamentos, está o acionamento das Assessorias Jurídicas das ADs para entrarem com um mandado de segurança contra a Lei. A proposta é que a ação seja construída coletivamente entre as assessorias jurídicas das quatro seções sindicais o mais rápido possível.
Negociações
Sempre aberto às negociações e ao diálogo, o Fórum das ADs discutiu também a necessidade de pressionar, mais uma vez, o governo para abertura de negociação. A partir da nova composição da legislatura da Assembleia Legislativa da Bahia, que entrará em vigor a partir de 1 de fevereiro de 2019, foi encaminhado o agendamento de reuniões com líderes das bancadas de governo e das oposições para tratar da Lei 14.039/18 e demais pautas do movimento docente. O objetivo é debater a lei e formas de reverter o seu efeito. Ficou aprovada, ainda, solicitar uma nova reunião com o Governo do Estado, que até o momento tem se negado a dialogar com o Movimento Docente.
“O Fórum das ADs está sempre aberto à negociação e vai buscar dialogar com todas as bancadas, do governo e das oposições. Como começou uma legislatura nova, as bancadas ainda não estão organizadas e o Fórum está buscando definir quem serão as lideranças para marcar essas reuniões”, destacou Sérgio Barroso, coordenador do Fórum das ADs.
Greve à vista
Como o governo se mostra cada vez mais intransigente e autoritário, o Fórum das ADs discutiu a necessidade de radicalização e deflagração de greve. Seguindo a tradição do movimento docente, foram indicadas rodadas de assembleias com essa pauta na segunda semana de fevereiro para que a categoria possa discutir e deliberar sobre a questão. Novas reuniões do Fórum estão marcadas para o dia 16 de janeiro e 8 de fevereiro.
Barroso, demarcou que essa ofensiva do governo contra as universidades merece uma resposta à altura “as universidades estão em período de férias e o governo se aproveitou disso para aprovar essa medida, pois sabem que somos um sindicato de base e as diretorias jamais deflagrariam greve sem assembleia. Mas é necessário a radicalização do movimento e trabalharemos para isso. O conteúdo da medida mostra o descaso do governo com as atividades de pesquisa e extensão nas Universidades. A forma como a medida foi aprovada, por meio de uma manobra autoritária que certamente fará inveja à bancada do novo governo federal, mostra que o governo não entende a linguagem da negociação”, concluiu.
O Fórum das ADs na última semana repudiou a mudança no Estatuto do Magistério Superior (leia mais). No sentido de fortalecer a resistência da comunidade acadêmica, foi indicado agendamento de reuniões com os representantes técnicos e estudantis para tratar da conjuntura de ataques e ações unitárias. Foi apontado, ainda, o agendamento de reunião com os reitores e a construção de uma nota do Fórum sobre a Lei 14.039/18. A próxima reunião do Fórum ocorrerá dia 16 de janeiro, a partir das 9h, na Aduneb em Salvador.
Fonte: Fórum das ADs