Na última segunda-feira, 11/03/24, em entrevista à Rádio Metrópole, o ex-Governador – e, hoje, “super” Ministro do Governo Lula/Alckmin – Rui Costa (PT) emitiu declarações contra os e as servidoras públicas. Na ocasião, disse que o funcionalismo público “tem tendência à inércia”, que precisa de uma “fungada no cangote” para ter “mais agilidade” e “eficiência”.
Esta é mais uma declaração descabida e desrespeitosa para com o conjunto do funcionalismo público, que tanto se sacrifica para fazer o Estado funcionar. Mais ainda, tal afirmação coloca o atual Ministro e ex-Governador no nível de discurso que ouvimos da direta e do fascismo, sendo muito utilizado por quem quer justificar agendas conservadoras como a da Reforma Administrativa que nós, servidores e servidoras em luta, conseguimos barrar porque não só nos atinge, mas afeta o próprio serviço. Nunca é demais lembrar que, por exemplo, a cada 10 pessoas, entre 7 e 8 acessam saúde a partir dos serviços públicos. Também não é demais lembrar que a Reforma citada intensificaria o que já é feito sem sua aprovação: o uso de contratos precários, instáveis e flexíveis, como moeda de troca, cabide de emprego, curral eleitoral. Sobre isso, o Ministro se cala.
O Ministro, aliás, foi o Governador que intensificou o congelamento salarial de servidores e servidoras públicas baianas, nos impondo perdas salariais de entre 40% e 50%. Sobre isso, que afeta diretamente a atuação do serviço público, o Ministro também se cala. Se cala, mas faz escola: o seu sucessor, apadrinhado político e atual Governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), segue a rotina nos impondo em 2023 um “reajuste” salarial incapaz de reajustar a inflação do ano anterior, quanto mais a perda dos últimos 9 anos. Estamos em fevereiro de 2024 e até agora nenhum anúncio sequer. Não satisfeito, mantendo a tradição deixada por Rui Costa, desidrata o orçamento das universidades baianas, desrespeita a sua autonomia e não deixa fruir direitos trabalhistas básicos.
Para nós, servidoras e servidores públicos, que apesar da precarização intensa, nos empenhamos na execução de nossas funções, entendemos que temos muito a avançar nas condições objetivas de trabalho: estrutura, salário, direitos, etc. Este é um conteúdo que julgamos deva ser debatido por Governadores/as, Ministros/as, Presidentes/as e etc. Fora disso, o que temos é cortina de fumaça, fake news, desorientação… ou seja, um conjunto de falácias que só servem para ampliar ataques irracionais contra a coisa pública. Merece, portanto, o repúdio do Fórum das Associações Docentes das universidades Baianas – Fórum das AD’s.
Via: Fórum das AD’s.