A presença na Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora, que acontecerá nesta quarta-feira (20), em São Paulo, e participação das atividades nos estados foram umas das principais resoluções da reunião nacional do Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos) que aconteceu no último domingo (17) em Brasília (DF).

Votação por aclamação I Foto: Adilson Rodrigues Santos

A reunião contou com dezenas de entidades de todo o país e aprovou, por aclamação, organizar uma grande campanha em defesa de direitos previdenciários e contra a reforma anunciada pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL).

Três centrais sindicais nacionais participaram com o intuito de ampliar o debate da unidade na luta – CSP-Conlutas, CUT e CTB-, além da representação de treze entidades sindicais nacionais e diversos sindicatos estaduais representados por 350 servidores presentes à atividade.

Na busca da ampliação da mobilização, os servidores pretendem reforçar a unidade com diversos setores em defesa da Previdência. “O objetivo é organizar a campanha nos locais de trabalho, nas ruas, nos aeroportos, no Congresso Nacional e nos estados para barrar a reforma de Jair Bolsonaro”, disse o membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Gibran Jordão, que falou em nome da Central, defendendo a importância da campanha.

“Estamos pela construção da greve geral para derrotar a reforma da Previdência, que ataca nossos direitos e destrói a previdência pública”, reforçou a também integrante da SEN Magda Furtado sobre o posicionamento da CSP-Conlutas.

O Fonasefe definiu, por consenso, como principal desafio do momento para as categorias que compõem o fórum a luta em defesa da aposentadoria e dos direitos previdenciários.

Também membro da SEN Saulo Arcangeli falou pela direção da Fenajufe.  “Tudo indica que vai ser uma reforma bem pior do que a do presidente Temer. Conseguimos derrotar a reforma de Temer, mas vamos ter que estar mais organizados e na base para derrotar a de Bolsonaro”, sintetizou.

Os servidores públicos têm estado na mira de governos após governos, desde FHC, passando por Lula, Dilma e Temer, agora, Bolsonaro. O objetivo é acabar com a categoria por meio de sucessivos ataques aos direitos, arrocho salarial, precarização do trabalho, terceirização e Bolsonaro que promover mais um ataque na previdência dessa categoria.

Organização da luta

Ao final do encontro foi aprovado por aclamação um documento cujos temas centrais são a mobilização contra as privatizações e o desmonte do serviço público, a luta pela revogação de emenda constitucional que limita os investimentos no setor público e a revogação da reforma trabalhista e lei da terceirização. Os servidores também levantarão suas bandeiras em defesa das liberdades democráticas em especial da livre manifestação e organização dos trabalhadores.

Pautas específicas da categoria e a campanha salarial deste ano também foram tema dos debates e das resoluções. A recomposição salarial da categoria projetada para 2020 foi calculada para em torno de 33% pelo Dieese (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar).

A CSP-Conlutas e suas entidades filiadas participarão ativamente da mobilização aprovada pelo Fonasefe.

Calendário

19 de fevereiro – Construção e participação no lançamento do Fórum Sindical, Popular e das Juventudes de Luta por Direitos e Liberdades Democráticas. Às 19h, na sede do Apeoesp (sindicato dos profissionais da educação em São Paulo).

20 de fevereiro – Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora, às 10h, na Praça da Sé, centro de São Paulo. Dia nacional de Luta em Defesa da Previdência Pública com atividades nos estados.

8 de março – Participação nas mobilizações do 8M, no Dia Internacional das Mulheres.

14 de março – Participação nos atos contra a criminalização dos movimentos e dos lutadores sociais; em memória de um ano de assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes sem que nenhum assassino e mandante estejam presos.

20 de março – Lançamento da campanha salarial unificada do funcionalismo. Na mesma data, a da frente parlamentar mista em defesa da Previdência Social será lançada no Congresso Nacional.

28 de março – Dia Nacional de Luta em Defesa da Educação Pública, data que marca os 51 anos do assassinato do estudante Edson Luís pela ditadura militar.

13 de maio – Dia Nacional Contra o Racismo, em 13 de maio e uma mobilização em torno do possível julgamento da data-base dos servidores.

12 de junho – Previsão de julgamento de data-base da categoria.