A CSP-Conlutas e a Intersindical (Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora) estão organizando um 1º de Maio classista, de luta e internacionalista.
As principais bandeiras serão o Fora Bolsonaro, a defesa dos direitos, salário, emprego e renda. Também defendemos a quarentena para combater a propagação da Covid-19, porque a vida está acima do lucro. Sem vida, não há trabalho!
Às 11h haverá o ato político e cultural virtual, em respeito ao isolamento social, na plataforma do youtube, facebook e instagram da CSP-Conlutas e nas redes da Intersindical (divulgaremos os links nas redes e páginas da internet das respectivas entidades).
Às 20h30, vamos fazer um panelaço em defesa da vida e exigir Fora Bolsonaro!
A iniciativa das duas Centrais se deve à ruptura do Ato de 1° de Maio unificado de todas as Centrais, após imposição de presenças dos presidentes da Câmara e Senado, Rodrigo Maia (DEM), Davi Alcolumbre (DEM), o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, FHC (Fernando Henrique Cardoso) e outros no ato virtual. A imposição deste formato lamentavelmente foi oficializada em reunião do Fórum das Centrais nesta segunda-feira (27).
A CSP-Conlutas e a Intersindical consideram a proposta de composição rompe o caráter classista e de luta do 1° de Maio, e em meio à atual conjuntura, leva ao palco figuras que notoriamente já atacaram – e atacam – os trabalhadores. Não podemos dar as mãos com os que conduzem a agenda ultraliberal no país que está provocando um regime de semi-escravidão aos trabalhadores.
O governo Bolsonaro e Mourão é incapaz de garantir a defesa da vida dos trabalhadores e o sustento necessário para a população permanecer em casa. É um genocida! Não levar a sério a gravidade dessa pandemia e apenas responder ao desejo dos empresários de manter a produção e o comércio funcionando.
Os governadores e prefeitos, por mais que mantenham medidas de isolamento, não tomam medidas efetivas para enfrentar a propagação do coronavírus como cobrar as dívidas de sonegação de impostos nos estados e municípios para reverter verbas urgentes para a saúde. Pelo contrário, começam a ceder à pressão capitalista e tentam apressar a “volta ao normal”.
No meio desse caos, a Câmara Federal, presidida por Rodrigo Maia, aprovou a MP 905, que desregulamenta o trabalho, retira direitos e rebaixa salários, provocando o aumento do desemprego no país. Já o presidente do Senado deu a ficha para Bolsonaro revogar a medida naquela Casa, pois dessa forma não caducaria e poderia ser novamente apresentada ao Congresso. Alcolumbre resolveu dar uma mãozinha a Bolsonaro ao perceber que a medida poderia não ser voltada na data do prazo limite e, esta semana, em acordo com Paulo Guedes apresentou proposta para congelar os salários dos servidores públicos federais, estaduais e municipais.
A CSP-Conlutas defende que neste 1º de Maio, mais do que nunca, se faz necessário a realização de um ato classista, que esteja a serviço da defesa da vida diante da pandemia do coronavírus, dos empregos, direitos, da renda básica para todos que precisam e, principalmente, para fortalecer a luta para botar para Fora Bolsonaro e Mourão!
Precisamos exigir quarentena geral já, em meio à pandemia de Covid-19 que, nesta segunda-feira (27), já havia atingido aproximadamente 80 milpessoas pessoas e o total de mais 5,4 mil mortes, a maioria da classe trabalhadora, parcela significativa de trabalhadores da saúde e de serviços essenciais e do povo mais pobre. O mais alarmante é que esses são dados oficiais. Se somarmos os casos subnotificados esse número cresce exponencialmente.
Assim, este 1º de Maio acontece em meio a uma grande crise sanitária, social, econômica e política e as principais Centrais Sindicais tomam essa decisão lastimável. Convidam para o palanque virtual os algozes dos trabalhadores, quando o protagonismo deveria ser das entidades dos trabalhadores, das centrais sindicais, dos movimentos populares, das organizações da juventude, dos partidos comprometidos com a causa dos trabalhadores e organizações democráticas, além das iniciativas culturais.
A CSP-Conlutas defende que o ato virtual do 1º de Maio esteja à altura das necessidades dos trabalhadores e trabalhadoras do país. Imprescindivelmente, que afirme a defesa da saúde e da vida dos trabalhadores a partir da defesa da quarentena geral, com garantia de estabilidade, emprego e salário; assim como o aumento e pagamento do auxílio emergencial. Precisamos levantar a bandeira do não pagamento da Dívida Pública aos banqueiros para ter os recursos necessários para as áreas da saúde e social.
No mundo inteiro, os trabalhadores mesmo em condições de isolamento social, também vão protestar de forma virtual contra este sistema que sempre tenta descarregar a crise nas nossas costas. Por isso, conclamamos as organizações e trabalhadores a realizarem no nosso dia um grande ato virtual classista, independente e internacionalista.
Portanto, a realização de um ato classista é a única decisão que podemos encaminhar em se tratando de uma data histórica da luta dos trabalhadores e trabalhadoras mundialmente. Justamente para homenagear os mártires de Chicago que nesta data, em 1886, protestavam contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigiam a redução da jornada, que chegava a 17 horas para 8 horas. As mobilizações foram duramente reprimidas, provocando prisões, pessoas feridas e mortes. Em 1889, a segunda Internacional Socialista decidiu convocar anualmente uma manifestação com o objetivo de lutar pela jornada de 8 horas de trabalho. Daí surgiu um dia internacional de luta. Em memória dos mártires de Chicago nosso 1º de Maio será classista e independente.
Via: CSP-Conlutas.