Nesta segunda-feira (9), dados atualizados da OMS (Organização Mundial da Saúde) revelam que o número de infectados pelo novo coronavírus ultrapassou a barreira dos 50 milhões de pessoas. O total de vítimas fatais em todo o mundo chegou a 1,25 milhão de pessoas.
Os números assustadores são registrados em meio a uma “segunda onda” de casos na Europa, depois dos países da região terem registrado há alguns meses uma queda nos índices.
A propagação da doença se intensificou nas últimas três semanas com grande crescimento nos EUA e países europeus.
Os EUA chegaram a ultrapassar a marca de 100 mil novos casos por dia. No país mais rico do planeta, são 9,8 milhões de infectados e mais de 237 mil mortes. Na Europa, Alemanha, França e Reino Unido, a segunda onda de casos e aumento de mortes já levou os governos a decretarem medidas de restrição, como o lockdown.
162 mil mortes no Brasil
No Brasil, o número de pessoas infectadas ultrapassou 5,6 milhões de pessoas e o número de mortos 162 mil. Entretanto, os dados estão incompletos, pois SP, RJ, MG e AP não divulgaram dados nos últimos dias, em razão de problemas no sistema do Ministério da Saúde.
A média de mortes vinha registrando queda. Nos últimos sete dias, de acordo com o consórcio de imprensa que apura os dados sobre a Covid-19 no país, a média estava em 338. Um índice que representa uma altíssima taxa de vidas perdidas. Um “platô” macabro que não pode ser considerado normal ou minimizado.
Hospitais privados de SP voltaram a registrar aumento nas internações. O Hospital Sírio Libanês, por exemplo, chegou a ter um pico de 120 internações por Covid em abril. Caiu para 80 em outubro e agora voltou a subir para 120 casos. Destes, 50 estão na UTI.
Capitais como Florianópolis (SC) e Manaus (AM) voltaram a apresentar aumento de casos, internações e mortes.
Bolsonaro e a vacina contra a Covid
Enquanto a pandemia não dá sinais de arrefecimento e a população espera pelo anúncio de uma vacina eficaz de combate à Covid-19, Bolsonaro segue tratando a situação com descaso e transformou o assunto numa disputa com o governador João Doria, seu desafeto político.
Nesta terça-feira (10), Bolsonaro ironizou a suspensão determinada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) dos testes da vacina CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, em parceria com o laboratório chinês Sinovac.
Segundo a Anvisa, a suspensão se deu em razão da suspeita em torno da morte de uma pessoa que testava a vacina. O Instituto Butantan declarou que estranhou a suspensão pela Anvisa sem ter havido os procedimentos padrões de consulta prévia nestes casos e informou que a morte não teve a ver com o teste, mas que foi um suicídio.
Em suas redes sociais, Bolsonaro comentou: “mais uma que Jair Bolsonaro ganha”. No texto, também acusou Doria de “querer obrigar todos os paulistanos a tomar [a vacina]”.
No mês passado, Bolsonaro já havia utilizado a vacina CoronaVac para atacar Doria. Em um post nas redes sociais, afirmou que a “vacina chinesa de João Doria” não deve ser comprada pelo governo. O presidente desautorizou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que havia anunciado a compra de 46 milhões de doses do medicamento no final do ano.
Em setembro, outra vacina produzida pela universidade britânica Oxford, em parceria com o laboratório AstraZeneca, também teve os testes suspensos temporariamente, após um voluntário relatar uma possível reação adversa ao imunizante. Dias depois, os testes foram retomados. Segundo a universidade, foi concluído que a reação não tinha vínculo com o medicamento.
Todas as vacinas ainda estão em fases de testes, umas mais avançadas, outras menos. A questão é que Bolsonaro segue com sua política genocida que minimiza a gravidade da pandemia e trata com descaso o sofrimento dos infectados e das famílias que perderam seus entes. O presidente de ultradireita, que até hoje defende o uso da cloroquina para tratamento da Covid (que não tem eficácia científica comprovada) já defendeu que quando for liberada alguma vacina, ela não deve ser obrigatória.
Ainda nesta terça, em outra declaração minimizando a pandemia, Bolsonaro acrescentou pitadas de homofobia e disse que o Brasil tem de “deixar de ser um país de maricas”. Em mais uma arroubo de sua política genocida, reclamou que ‘tudo agora é pandemia’ e que ‘tem que acabar esse negócio’, em referência à doença que matou mais de 162 mil brasileiros.
Programa Emergencial dos Trabalhadores contra a crise
A pandemia não acabou. A CSP-Conlutas desde o início defende que os governos devem garantir quarentena para defender vidas e renda digna para que os trabalhadores, autônomos e pequenos proprietários possam sobreviver.
A Central lançou um Programa Emergencial dos Trabalhadores para enfrentar a crise sanitária e econômica que propõe medidas, como mais investimentos no SUS e barrar qualquer medida do governo que vise sua privatização. Somos contra o retorno das aulas presenciais. As escolas públicas e privadas devem ficar fechadas enquanto não houver a vacinação da população. Ano letivo se recupera, vidas não. A luta para derrotar Bolsonaro, Mourão, Paulo Guedes e toda a corja deste governo e sua política genocida e ultraliberal também é destacada.
Confira o programa completo: AQUI.
Via: CSP-Conlutas.