Apesar da pandemia, que impõe limitações às manifestações públicas, o início de 2021 já está sendo marcado por vários protestos diante da grave crise sanitária, econômica e social instalada no país. Depois dos panelaços pelo Fora Bolsonaro que marcaram os primeiros dias do ano, neste final de semana, carreatas tomaram mais de 80 cidades, de norte a sul do Brasil.
Nas capitais e diversas cidades por todo o país, as manifestações reuniram carros, motos e até bicicletas exigindo Fora Bolsonaro, vacinação imediata para toda a população e a volta do auxílio emergencial. Os protestos foram organizados por movimentos sociais, partidos e organizações da classe trabalhadora.
Além do mote “Fora Bolsonaro” em cartazes e faixas, gritos de “genocida” e “assassino” eram comuns nas manifestações pelas cidades, que contaram com o apoio da população por onde passavam. Em capitais como Brasília e Porto Alegre, as carreatas foram “gigantes”, com várias centenas de veículos que chegaram a se estender por quilômetros de extensão.
Em comum nos protestos, a revolta e indignação contra a política genocida do governo Bolsonaro em meio à pandemia. A lentidão da campanha de vacinação no Brasil é fruto da incompetência e má fé de Bolsonaro, Mourão e Pazuello que, com sua política negacionista, não planejaram com antecedência a aquisição de vacinas e insumos para a imunização contra a Covid-19.
O resultado é que a campanha no país está a passos de “tartaruga” e a pandemia se agrava a cada dia, resultando em situações de calamidade como em Manaus onde as pessoas estão morrendo por falta de oxigênio hospitalar. Sem falar na crise econômica, que numa consequência da continuidade da pandemia, também piora, com aumento do desemprego e o fim do auxílio emergencial.
Esquenta para o dia 1° de fevereiro
Na jornada de lutas já aprovada por organizações dos trabalhadores está o dia 1° de fevereiro, definido como um Dia Nacional de luta pela vacinação para todos e contra a Reforma Administrativa, em defesa do SUS e dos serviços públicos. A data prevê novas manifestações como carreatas e panelaços.
Para o dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Luiz Carlos Prates, o Mancha, aumenta a cada dia a percepção entre os trabalhadores e a população de que o governo Bolsonaro é um obstáculo para o enfrentamento efetivo da pandemia. O dirigente cita, inclusive, a pesquisa Datafolha, divulgada na sexta-feira, que indica que a rejeição ao governo de Bolsonaro cresceu no último mês e atingiu 40%.
“A crise sanitária e social no país tende a piorar nos próximos meses e a depender do governo Bolsonaro não teremos vacina, nem insumos, nem empregos, pois sua política genocida não prioriza a solução de nenhum desses problemas que afetam os trabalhadores e os mais pobres. Ao contrário, só vai aumentar a barbárie social”, disse.
“Por isso, precisamos intensificar a mobilização para exigir um plano de vacinação em massa, gratuito e para todos no país, quarentena geral com garantia de renda e volta do auxílio emergencial, estabilidade no emprego, congelamento de tarifas e preços dos alimentos , combustíveis e gás de cozinha contra a carestia, o fim das privatizações, entre outras reivindicações, e tudo isso está ligado com a luta para por fim a este governo genocida. Mais do que nunca, é Fora já Bolsonaro e Mourão”, concluiu.
Via: CSP-Conlutas.