Os cursos de graduação em Medicina e Medicina Veterinária da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) passam por um grave momento estrutural. Aulas e projetos estão sendo paralisados por conta do sucateamento e da falta de professores.
Em reunião com a Secretaria de Administração do Governo do Estado da Bahia (SAEB), a Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD) da UESC e representantes da saúde apresentaram os problemas que têm impedido o andamento de disciplinas e atividades diversas. Atualmente, há nove “vagas” de docentes em aberto.
“Basicamente, os problemas são: a falta de professores, que atinge o fluxo de ensino e precariza o campo de estágio; e a morosidade na liberação do processo de aquisição de EPIs”, disse a professora Márcia Morel, Diretora do Departamento de Ciências da Saúde (DCS).
Como solução a curto e médio prazos, foi solicitado à SAEB realização de Concurso e Seleção Pública para contratação de professores substitutos, além de melhoria da estrutura de funcionamento do curso (laboratórios, equipamentos e regularização do fluxo de aquisição de vagas de estágio).
“Até o momento, o Departamento e o Colegiado não tiveram devolutivas da reunião”, pontua Márcia Morel.
A professora também falou sobre os maiores afetados com a situação do curso de Medicina:
“Há outros anos e semestres que estão em andamento, mas fica mais complicado para os estudantes dos anos finais, causando represamento e colapso no curso. No caso da Medicina, do primeiro ao sexto ano existem incontáveis prejuízos na suspensão das atividades de ensino, o que reverbera nos anos seguintes até a conclusão, em todas as esferas”, disse.
A realidade enfrentada nos cursos de medicina infelizmente tem ocorrido em muitos outros cursos da UESC. Concursos e seleções para professores estão cada vez menos recorrentes, gerando vácuos e improvisos na oferta de disciplinas, além de atrasos na graduação de discentes.
O Governo Rui Costa (PT) tem se mostrado um grande inimigo da educação pública na Bahia. As universidades estaduais enfrentam ano após ano cortes orçamentários e o aumento da precariedade dos espaços e das condições de trabalho.
Em conjunto com as associações docentes das UEBAs, a ADUSC tem cobrado ações e reuniões com o governo estadual, para por um fim no sucateamento do ensino público superior no estado.