Entregadores de aplicativos em todo o país estão convocando paralisação para o dia 1º de julho. Cansados de tanta exploração decidiram dar um basta e partir para a luta por mais direitos nas empresas como Rappi, iFood, Loggi, Uber Eats, 99Food e James, que lucram milhões à custa da superexploração dos trabalhadores.
A convocação é nacional:
As reivindicações englobam o aumento do valor das corridas e pacotes; aumento do valor mínimo por entrega; fim dos bloqueios e desligamentos indevidos; seguro de roubo, acidente e vida; fim do sistema de pontuação e auxílio pandemia, que incluem equipamentos de proteção individual e licenças médicas.
Muitos trabalham sete dias por semana. Por vezes, ganham por entrega de R$ 2 a R$ 3. Não têm qualquer vínculo empregatício, direitos, alimentação, plano de saúde, nem manutenção de seus veículos. Parte deles chega a ficar 12 horas por dia à espera dos pedidos. A ampla maioria mora nas periferias. Os que nos garantem a entrega da alimentação em casa, passam fome nas ruas por não ter direito à alimentação.
Por isso, o movimento Entregadores Antifascistas colocou como primeira reivindicação a exigência de garantia de alimentação à categoria. Esse movimento começou a ganhar visibilidade ao participar dos recentes atos em defesa da democracia com Paulo Lima, conhecido como Galo, à frente da organização em São Paulo. Também começaram a se organizar em Pernambuco, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Espírito Santo.
Além desse, diversos movimentos de entregadores se organizam pelo país. A página nas redes sociais “Treta no Trampo” tem contribuído diretamente no intercâmbio da categoria, assim como Invisíveis na Luta, do Rio de Janeiro.
Em entrevista à CSP-Conlutas, Galo falou que a maior dificuldade para organizar a categoria é se entender como classe trabalhadora. “A dificuldade de organizar o pessoal é por causa de uma mentira que foi contada pra gente, de que a gente é empreendedor, aí o pessoal não consegue se enxergar como trabalhador”.
Mas tudo indica que o setor começar a enxergar a divisão de classes e a reforçar a luta da classe trabalhadora.
Muitos levam a vida dura com bom humor. Abaixo, o sambinha de breque postado na página da Treta, “uma paródia feito por Martelo, bamba da Sul”, consta na página, que vem com o salve do entregador: “Queria deixar um salve pra todos que perderam alguém durante essa pandemia. Mais de 50 mil mortos aqui no Brasil e os empresários cagando pra gente e aumentando o lucro deles. Hoje a luta pode ser dos entregadores, mas um dia a luta vai ser de todos os trabalhadores e ai papo reto, não vai ter como segurar não. Só assim pra gente mudar esse mundo de miséria que obrigam nóis a viver. Sem politicagem, sem acreditar em eleição e mentiras do tipo. Nóis por nóis e pra cima deles! Tamo junto”.
A CSP-Conlutas manifesta total apoio à paralisação dos entregadores de aplicativos que acontecerá neste dia 1º de julho e e se coloca à disposição para reforçar essa luta.
Abaixo, vídeo que Central produziu no mês passado em apoio à categoria:
Via: CSP-Conlutas.